quinta-feira, 1 de julho de 2010

POEMA DO VELHO

A VEÍCE

Vô contá como é triste, vê a vepice chegá,
vê os cabelo caíndo, vê as vista encurtá,
vê as perna trupicando, com priguiça di andá.
Vê 'aquilo' esmorecendo, sem força prá levantá,
as carne vão sumindo, vai aparecendo as vêia.
As vista vão diminuindo e crescendo as sobrancêia
as coisa vão encurtando e aumentando as orêia...

A veíce éuma doença qui dá em todo cristão:
doi os braço, doi as perna, doi o dedo, doi a mão,
doi o figo e a barriga, doi o rim, doi o pulmão,
doi o fim do espinhaço, doi a unha do dedão!

É! No tempo qui eu era moço, o sol prá mim briáva,
eu tinha mil namorada, tudo de bão mi sobrava!
As menina mais bunita da cidade eu bulinava...
Mas tudo isso passô, faz tempo, ficô prá tráis,
as coisa que eu fazia, hoje num sô capaiz,
o tempo mi robô tudo, de maneira sagaiz.

Quando se chega aos 80, tudo no mundo embaraça:
péga a véia, vai prá cama, apalpa, bêja e abraça...
Mas só faiz duas coisa:
SOLTA PUM E ACHA GRAÇA!!!

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